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Este livro reúne um conjunto de contos escritos ao longo dos últimos 15 anos sobre o nosso quotidiano. Os textos escolhidos para esta compilação foram escritos porque algo despertou em mim a necessidade de escrever, quer tenha sido sobre uma determinada situação que vi ou vivi, como uma pessoa que passou por mim na rua, uma pessoa num café, uma fotografia que me desafiou o meu imaginário, um pedido da minha filha para lhe escrever uma história de amor, ou simplesmente um estado de alma que eu precisava de exteriorizar.
Quando escrevo procuro passar para a escrita um texto que se comporte como um corpo, com todos os sentidos – olfato, paladar, visão, audição e tato – que despertaram em mim, bem como a respiração da leitura, daí que em alguns textos tenha abdicado de algumas vírgulas para que o leitor se sentisse ofegante, e noutros casos, tenham colocado por excesso uma vírgula, para pausar a leitura e sentirem a serenidade que se impõe no texto.
Este livro reúne textos intimistas, uns mais biográficos que outros, mas no fim, escrevo sobre a vida que pode ser a de qualquer um de nós.
“Levantei-me e olhei para os remos, peguei neles outra vez, como no início e, de pé, com um remo apenas, remei, ora para o lado direito, ora para o lado esquerdo, tentei dar a volta para trás, para te chamar e dizer que lamento, que agora percebo que o barco só anda com duas pessoas a remar, mas a lagoa só tinha um sentido.
A viagem à saudade tornara-se dolorosamente insuportável, eu conseguira chegar até ti, deixei que a saudade tomasse conta de mim até ao limite das minhas forças, e foi quase no limite da incapacidade de respirar o ar denso do mundo da saudade, que deixei escapar um sorriso, deixando que as lágrimas salgadas escorressem pela minha cara lembrando-me que só não se esquece quem é capaz de amar num minuto de saudade.”