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UMA CARTA COMOVENTE DE UM ALUNO
Chegados à aula num outro dia, conforme o horário daquela turma, e sem terem a certeza de se ele voltaria mais, o professor lá ficara na dúvida, até que ele batera à porta, e nesta ocasião já só se tinha atrasado dez minutos.
Entrara na sala, começara a escrever o sumário e, de vez em quando, já ia levantando o rosto na direção do professor.
É evidente que continuava a não anotar nada, para além do sumário, mas parecia já se sentir mais integrado e menos contrariado como na primeira vez.
Aos poucos, o professor fora sentindo que ele gostava da sua maneira de ensinar e falar aos alunos, e isso talvez tenha sido a razão de ele ter abandonado a frequência de todas as outras disciplinas, mas aquela que o professor lecionava era a única pela qual se tinha comprometido em não deixar.
Mas também corriam boatos na escola sobre os seus procedimentos, correndo um boato de que havia um professor de quem ele gostava e que não abandonaria a frequência da disciplina que aquele professor lecionava, acrescentando que se sentia bem a ouvir e a conviver quando assistia à aula e saía da sala mais otimista.
Passaram-se várias aulas, não muitas, porque o tempo de frequência do aluno na escola fora breve e, ao que parece, fora mais longo por algo que ele sentia nos colegas daquela disciplina e no modo de acolhimento e tolerância do professor.
Um dia, de manhã, sem que se esperasse tal, surgira inesperadamente uma surpresa que levara o professor às lágrimas: a senhora responsável pela abertura e controle das entradas e saídas da escola chamou-o com delicadeza para lhe entregar uma carta em envelope fechado, dirigida ao professor, com o nome daquele aluno escrito no remetente.
Quando abrira o envelope e lera a carta, caíram-lhe algumas lágrimas, porquanto, comovido, sentira o que aquele aluno lhe escrevera, aluno estranho, ou talvez, em toda à vida, incompreendido, pois esta carta fora tão emocionante que o professor ainda a guarda como recordação e cheia de amor, sendo que mais tarde não resistira em ler, apenas uma parte, numa reunião de colegas docentes, e que dizia o seguinte:
«Não sei que fascínio tem o senhor professor, mas posso dizer que, de tudo o que aprendi com o senhor, se resume numa palavra: “o senhor professor ensinou-me a ter a noção do tempo, pois já consegui chegar, na aula anterior, apenas com um atraso de cinco minutos”.»
O que escrevera mais na carta o professor guarda religiosamente na sua estante de recordações, mas fora tão emocionante aquela despedida que, durante muito tempo, o professor se emocionava com a recordação, e a turma também se lembrava com estima e pena pelo sofrimento daquele colega.














