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“Templos do Prazer” ou “Casas da Moral e da Virtude” eram algumas das aceções dos teatros de ópera ao longo do século XVIII. Construções imponentes na paisagem urbana das principais cidades europeias, os teatros também eram palco e plateia da sociedade, aos quais as guras mais e menos importantes acudiam para ver e ser vistas, onde o engenho dos arquitetos, pintores e maquinistas associava-se ao virtuosismo dos cantores e instrumentistas para maravilhar o público e contribuir à a rmação do poder de príncipes e reis. Todos os monarcas portugueses desde D. João V, bem como os governadores da América Portuguesa, eram plenamente conscientes da importância de ter teatros de prestígio a seu serviço. A presente obra reúne uma série de estudos sobre os mais diversos aspetos conformadores do espetáculo teatral setecentista em Portugal: da cenografia das célebres óperas de bonifrates da primeira metade do século XVIII à utilização de elaborados recursos visuais e sonoros nas grandes óperas encenadas nos teatros régios portugueses a partir da aclamação de D. José I, contemplando igualmente a importação de gurinos para as opere serie representadas em Lisboa no terceiro quartel do século XVIII e a complexa rede diplomática europeia a serviço do engrandecimento dos teatros de Sua Majestade. Outro aspeto não menos relevante é o papel representado pelo público frequentador dos teatros setecentistas, espaços idóneos quer para a representação do poder régio, aquém e além-mar, quer para as conspirações e atentados que o contestavam. Em síntese, o presente livro vale-se da cenogra a e, sobremodo, dos efeitos ceno-técnicos, para propor reflexões acerca do espetáculo mais completo e complexo conhecido no século XVIII.