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Tendo as suas fronteiras terrestes definidas desde o início do século XII, Portugal formulou ao longo dos tempos a sua política externa tendo por base um ponto importante, diríamos central: a posição geográfica. Deste pressuposto verificou-se a existência de pilares constantes, os quais sobrepuseram-se sempre às mudanças ou disrupções existentes na política interna: o atlântico, a europa e o espaço lusófono.
O grande objetivo foi sempre um: garantir a independência nacional.
Com efeito, o nosso país soube tirar o devido proveito da sua ligação atlântica, quer durante o período dos descobrimentos, quer – e já numa conjuntura diferente – no pós Segunda Guerra Mundial.
Em ambos os contextos, a importância do Atlântico prevaleceu nos compêndios da política externa como pilar de afirmação da soberania nacional no que concerne ao desenvolvimento económico, afirmação geoestratégica e equilíbrio político, não só durante o Estado Novo, mas também no período pós-1976.
Por outro lado, o país apoiou-se quase sempre na importância concedida pela potência marítima dominante – outrora o Reino Unido, hoje os Estados Unidos da América – à posição geográfica de Portugal valorizada, sobretudo, pelo arquipélago dos Açores.
Com as novas dinâmicas internacionais e, sobretudo, com a alteração do posicionamento estratégico norte-americano, Portugal corre, de facto, o risco de – no seu pilar atlântico – tornar-se “exíguo”.
Este livro visa analisar especificamente estas mudanças afetas ao vetor transatlântico da política externa portuguesa, mais concretamente no período depois da II Guerra Mundial até à atualidade.
Naturalmente, procurar-se-á apontar caminhos futuros para a política exterior de Portugal.